
Tratamento caseiro da hemorroida frequentemente suscita incertezas.
Algumas pessoas acreditam que remédios naturais podem ser eficazes para aliviar a crise, enquanto outras recorrem a produtos que, na verdade, não devem ser utilizados, pois podem agravar a situação em vez de aliviá-la.
Embora soluções caseiras e naturais possam proporcionar alívio temporário da dor, muitas vezes não são suficientes para resolver a inflamação das hemorroidas ou outras condições relacionadas ao ânus.
No entanto, muitas pessoas ainda optam por esses tratamentos caseiros na esperança de evitar uma consulta médica.
Eu sou a Dra. Marcella Sousa, proctologista e vou te explicar.
O tratamento domiciliar para hemorroidas no momento da crise hemorroidária consiste principalmente em descanso e banhos de assento diários.
Não indicamos chás sem avaliação médica devido ao risco de reações alérgicas associadas.
Os banhos de assento podem aliviar a dor e o inchaço na área anal, mas geralmente não são suficientes para resolver completamente uma crise de hemorroidas, em que a dor pode apresentar melhora em até 5 a 20 dias, mas o inchaço permanecer por até 3 meses.
Portanto, o tratamento caseiro para hemorroidas ajuda a aliviar os sintomas e o inchaço, com alguns remédios caseiros também tendo efeitos anti-inflamatórios que podem potencializar os resultados.
Além disso, é importante incluir alimentos ricos em fibras na dieta e manter-se bem hidratado, pois isso ajuda a regular o intestino, facilitando a evacuação.
As hemorroidas são vasos de sangue na região do ânus que fazem parte do nosso corpo desde quando nascemos.
Com o passar do tempo elas podem dilatar e sair da sua posição original trazendo sintomas diversos como: dor, sangramento, nodulação, sensação de peso, coceira, etc.
Quando isso acontece significa que aquele vaso está doente e chamamos de DOENÇA HEMORROIDÁRIA.
As hemorroidas podem ser externas, com origem na borda do ânus, ou internas, com origem dentro do canal do ânus.
Conseguimos diferenciar esses 2 tipos de hemorroidas apenas durante o exame físico que consiste em olhar, tocar e fazer o exame de anuscopia onde introduzimos um aparelho pequeno, descartável e transparente capaz de visualizar a parte interna do ânus.
É importante saber que essa classificação não se resume ao fato da hemorroida estar para dentro ou fora do ânus.
Algumas hemorroidas internas também podem estar exteriorizadas.
Apenas as hemorroidas internas podem ser classificadas em graus dependendo dos sintomas que o paciente apresenta. São eles:
Elas são divididas em TROMBOSADAS e NÃO TROMBOSADAS.
As hemorroidas externas podem estar embaixo da pele e não serem perceptíveis, podem estar levemente inchadas ou estarem bem dilatadas, roxas, endurecidas e doloridas quando estão trombosadas. A trombose é a presença de sangue coagulado dentro do vaso. Isso é comum principalmente quando existe um aumento da pressão dentro dos vasos da hemorroida como: ao pegar muito peso, fazer muita força para evacuar, ficar muito tempo sentado ou em pé, após crises de diarreia com múltiplas evacuações, durante a gravidez, etc.
Esse tipo de trombose não é grave (diferente da trombose dos vasos da perna por exemplo) pois o coagulo não consegue sair daquele vaso e acaba, com o tempo, sendo reabsorvido pelo próprio organismo. Esse processo pode ser acelerado com alguns tratamentos que iremos citar mais adiante e com a realização do laser de baixa potência no consultório.
O tratamento com laser consiste na aplicação de ondas vermelhas einfravermelhas que atuam reduzindo a dor e o inchaço local de maneira mais rápida. É um procedimento indolor que é realizado no momento da consulta médica se houver indicação.
A maioria dos pacientes apresentam sangramento anal sem dor + sensação de peso ou nódulo que sai durante o esforço para evacuar. Sintomas como coceira, umidade frequente, pulsação, sensação que tem algum “bicho andando”, pressão, etc também são relatados com frequência.
Nos casos de trombose émuito comum a queixa de “caroço” na borda do ânus, endurecido, de coloração escura/ roxa, bastante doloroso e que apareceu de uma hora para outra.
Em primeiro lugar é importante relembrar que nada substitui uma consulta médica. Nesse momento é importante perder a vergonha e marcar consulta com um proctologista para o diagnóstico correto. Ao ter certeza do diagnóstico podemos tratar de algumas formas:
Quando as medidas relatadas no item 6 não melhoram os sintomas da doença hemorroidária temos a opção de realizar um procedimento chamado de LIGADURA ELÁSTICA.
Esse procedimento é indolor (não necessita de anestesia) e pode ser feito no próprio consultório.
O médico irá realizar a ligadura das hemorroidas internas com um elástico.
Esse processo vai gerar necrose e fibrose no local do vaso hemorroidário doente melhorando os sintomas.
A ligadura elástica só pode ser realizada nas hemorroidas internas e tem maior benefício nas hemorroidas grau 1, 2 e 3.
Mais de uma sessão pode ser necessária para bons resultados.
As complicações são incomuns mas pode haver dor, sangramento, retenção urinária, trombose, infecção e febre.
O tratamento cirúrgico é indicado nos casos em que houve falha do tratamento clínico. Ele, geralmente, é muito temido pela fama de ser muito doloroso. Porém, até hoje, não há nenhum procedimento cirúrgico 100% indolor.
Em muitos casos, a doença hemorroidária afeta a qualidade de vida do paciente que passa a viver em função disso, saindo de casa com medo de sangrar, de sujar a roupa, passa a utilizar forros na roupa íntima, vive preocupado se haverá banheiro disponível etc.
Por isso, a cirurgia deve ser enfrentada como uma forma de melhorar sua qualidade de vida, ou seja, o pós-operatório é um momento difícil, mas que vai trazer grandes benefícios para sua vida.
Os principais tratamentos cirúrgicos são:
A cirurgia tradicional apresenta excelentes resultados, com mínimas taxas de recorrência e poucas complicações. No entanto, está associada a maior dor pós-operatória. Essa cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, com o uso de anestesia que pode ser a raquianestesia (aquela na coluna), anestesia geral ou sedação + anestesia local.
A hemorroida é retirada com bisturi elétrico que tem a capacidade de cortar e cauterizar a ferida ao mesmo tempo. Essa ferida pode ser deixada aberta ou ser fechada com pontos de um fio absorvível pelo organismo (não precisam ser retirados no pós operatório). Mais de uma hemorroida pode ser retirada durante o mesmo procedimento, mas é importante deixarmos áreas de pele saudável no local evitando a perda da elasticidade natural do ânus (estenose). Pacientes com múltiplas hemorroidas volumosas podem precisar de um segundo tempo cirúrgico para resolver completamente seus sintomas.
As complicações não são muito frequentes mas podem acontecer. Retenção urinária, sangramento, estenose, infecção e incontinência são algumas delas.
A cirurgia é realizada da mesma forma que a hemorroidectomia tradicional, porém no lugar do bisturi elétrico é utilizado o aparelho de laser que tem a capacidade de fazer cortes mais precisos diminuindo a dor e facilitando a cicatrização pós operatória.
A hemorroidopexia com o grampeador (PPH) é indicada principalmente para as hemorróidas internas grau II e III, mas pode ser usada nos outros graus também.
Infelizmente não servem para tratar as hemorroidas externas.
Ao realizar o grampeamento, uma faixa circunferencial das hemorroidas internas são retiradas e aquelas que sobram são fixadas pelos grampos na parede do reto fazendo com que elas não saiam aos esforços.
Como o procedimento é realizado somente internamente e não existem cortes, a dor pósoperatória é menor e o retorno as atividades é mais precoce. A sensação de peso, vontade de evacuar constantemente, inchaço externo podem existir nos primeiros dias após o procedimento.
Nenhuma técnica será livre de complicações e nesse caso pode ocorrer: perfuração retal, dor persistente, infecção, fístulas e obstrução.
Na técnica de desarterialização hemorroidária transanal (conhecida como ENDOPEX), é realizada a ligadura dos vasos de sangue das hemorroidas com a ajuda de um ultrassom doppler para identificação delas.
Por não existirem cortes também é uma técnica com menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida. Infelizemntes também não servem para as hemorroidas externas.
O princípio do tratamento consiste um uma pequena incisão (corte) na parte mais externa do mamilo hemorroidário (a “bolsinha” da hemorroida), utilizando o laser de Diiodo. Posteriormente, a sonda laser é introduzida por esse orifício até a base mais interna do mamilo hemorroidário e inicia-se uma série pulsos de energia.
Essa processo gera uma cauterização (“queimadura”) e coagulação do coxim vascular (“saquinho”), tratando a hemorroida doente. Esse procedimento é repetido em cada mamilo hemorroidário associado a uma sutura do mesmo.
O pós-operatório imediato pode ser bem difícil para alguns pacientes mas seguem algumas orientações para amenizar esse momento:
Apesar de as hemorroidas serem um incômodo comum durante a gestação, existem medidas simples que você pode tomar para evitar esse problema.
Recomenda-se:
• Beber pelo menos 2 litros de água diariamente.
• Evitar passar longos períodos sentada ou em pé.
• Priorizar uma alimentação rica em fibras.
• Praticar exercícios físicos regularmente.
Além das dicas de prevenção e tratamento, é fundamental conhecer algumas técnicas que podem proporcionar alívio para os desconfortos causados pelas hemorroidas durante a gravidez.
Aqui estão algumas delas:
1 – Evite deitar-se de barriga para cima e prefira deitar-se de lado. Essa simples mudança reduz a pressão na região anal, aliviando as dores causadas pelas hemorroidas.
2 – Sempre consulte o seu obstetra antes de usar qualquer supositório ou pomada. Lembre-se de que é essencial buscar orientação profissional antes de iniciar qualquer tratamento medicamentoso. O canal anal é muito vascularizado, dessa forma é possível absorver grandes quantidade de medicações quando aplicados na região.
3 – Utilize uma almofada confortável para sentar-se. Não há obrigatoriedade de ser uma com um orifício no centro pois ela pode aumentar a pressão na região e piorar alguns sintomas e prolapsos (sensação da hemorroida para “fora”).
O tratamento clínico pode deixar a doença hemorroidária assintomática, ou seja, o paciente vai permanecer com as hemorroidas, porém elas não causarão mais sintomas.
Já o tratamento cirúrgico irá retirar ou “secar” os vasos das hemorroidas doentes, mas, se o paciente não mudar seus hábitos, novos vasos poderão adoecer e os sintomas retornarão com o passar do tempo.
Não. A doença hemorroidária é uma doença benigna. No entanto, quando houver dúvida diagnóstica, a biópsia e/ou ressecção da lesão torna-se necessária para esclarecimento.
Não existe um estudo bem formulado que comprove os alimentos que irritam e geram maior incômodo na doença hemorroidária. Entretanto, é frequente que os pacientes se
queixem de piora dos sintomas com o consumo de álcool, alimentos picantes e condimentados e o tabagismo.
Não, é impossível transmitir hemorroidas indo ao banheiro ou por relação sexual. Elas não são causadas por microrganismos, como as infecções sexualmente transmissíveis. Dessa forma, não passamos hemorroidas para ninguém.
Não, as hemorroidas são formadas pela dilatação dos vasos na região do canal anal. Isto ocorre, principalmente, por um aumento da pressão local. Passar muito tempo sentado do carro não gera hemorroida.
Não. Ele pode exacerbar os sintomas, mas não ser a causa da hemorroida.
É importante que haja uma lubrificação adequada.
Diferentemente da vagina, o ânus não possuí uma lubrificação natural, desta forma é necessário o uso de lubrificantes a base de água.
No caso de falta de lubrificação, podem ocorrer fissuras, sangramentos e traumas da musculatura anal pois a longo prazo estas lesões podem gerar
incontinência fecal.
No caso das hemorroidas, ele pode serresponsável pela trombose e pelo seu sangramento.
Lembre-se, o sexo anal deve ser algo prazeroso, que ambos queiram. Não faça nada sem sua vontade e proteja-se com uso de camisinha.
Verdade. Alimentos ricos em fibras são reconhecidamente benéficos quando se trata de evitar as hemorroidas. Nessa lista estão verduras, legumes, frutas, cereais e massas integrais.
As fibras promovem o bom funcionamento do intestino e, consequentemente, evitam a prisão de ventre e o ressecamento das fezes (que são fatores de risco para a doença hemorroidária).
Mas, para que elas cumpram seu papel de amigas da saúde intestinal, é preciso beber bastante água — dois litros por dia, no mínimo.
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Dra. Marcella Sousa CRM-SP 148489
É coloproctologista e cirurgiã pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Possui título de especialista pela associação médica brasileira e pela sociedade brasileira de coloproctologia. Atua em São Paulo desde 2015 auxiliando pacientes da rede privada e do SUS nas diversas áreas da especialidade. Tem como objetivo em seus atendimentos, além da ciência e atualização, proporcionar um ambiente com muita tranquilidade, confiança e empatia durante as consultas.
Endereço da clínica:
Av. Dr Cardoso de Melo 1666. conj. 12 – 1 andar
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Não sinta vergonha ou medo de se consultar com o proctologista, mas como em qualquer outra área da saúde, o profissional nunca vai julgar ou desprezar a doença do paciente.
Já sabe quando procurar um Coloproctologista?
É comum que as pessoas procurem um gastroenterologista ou clínico geral ao se deparar com problemas no intestino, mas o proctologista é o especialista na área. As doenças no intestino, reto ou ânus que são mais frequentemente tratadas por ele são: fissuras anais; hemorroidas e incontinência anal; doença de Crohn; infecções intestinais; câncer no intestino grosso e reto; inflamações como retocolite e diverticulite; diarreias ou constipações crônicas; tumores benignos; síndrome do intestino irritável; doenças sexualmente transmissíveis no reto ou ânus.
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