Vacinação para Covid-19 nos pacientes com doença inflamatória intestinal.

A vacina foi liberada! Mas como ficam os pacientes com doença inflamatória intestinal (DII)?

Sabemos que muitos desses pacientes fazem uso de medicações que alteram o sistema imune como imunossupressores e biológicos.

Durante o AIBD 2020, um dos maiores congressos voltados para doenças inflamatórias intestinais, foram discutidos diversos tópicos sobre a vacinação para covid-19 nos pacientes com doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa.

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Segue abaixo as principais atualizações sobre Covid-19 e vacinação nos pacientes em uso de imunossupressores e biológicos:

  • O risco do paciente com DII ter covid-19 ou a forma grave da doença é igual ao da população geral. Pacientes com outras comorbidades, doença inflamatória em atividade, idosos e com doenças pulmonares possuem riscos maiores de doença grave.
  • Só o fato de ter DII não irá priorizar a vacinação.
  • Nenhuma vacina para covid-19 possui vírus vivo, portanto recomendamos a vacina para todos!
  • Grandes estudos já mostram que pacientes que usam qualquer biológico não possuem risco elevado para covid-19 na sua forma grave.
  • Uso de corticoides por diminuir a imunidade e de tiopurinas (azatioprina) por favorecer infecções virais podem aumentar o risco de doenças grave.
  • Pacientes com doença controlada de longa data e que possuem alta exposição ao vírus devemos avaliar a possibildade de retirar a azatioprina do tratamento.
  • Pacientes que estão estáveis da doença recentemente priorizamos manter todas as medicações. O risco do paciente piorar precisando de internação hospitalar e receber altas doses de corticoide, o que favorece a forma grave da doença,  é maior que o risco de manter as medicações.

  • Apesar de ainda termos poucos dados sobre a eficácia da vacina para covid- 19  nos pacientes usuários de tiopurinas e biológicos seguimos os dados que já foram bem estabelecidos para outras vacinas (como a da gripe) .

  • As vacinas tendem a ter menor eficácia nos pacientes em uso combinado das tiopurinas (azatioprina) e de anti- tnf como infliximabe (remicade) e adalimumabe (humira). Porém mesmo com a eficácia reduzida consideramos melhor vacinar do que ficar sem essa proteção.

  • Biológicos como vedolizumabe (entyvio) e ustequinumabe (stelara) não diminuem a eficácia.

  • Os pacientes em uso de biológicos não precisam suspender a medicação ou aguardar a metade do ciclo. Caso esteja no início do tratamento da DII evitar vacinar no mesmo dia da aplicação do biológico pou se houver alguma reação dificilmente conseguiremos definir qual das medicações foi a responsável. O mesmo serve para outras vacinas, não realizar no mesmo dia.

  • As medidas comportamentais como higienização das mãos, uso de máscaras e distanciamento social devem ser mantidas até avaliarmos novos dados após vacinação.

Conclusão

A vacinação em massa oferece a melhor estratégia para enfrentamento da pandemia de COVID-19, e as vacinas contra SARS-CoV2 estão sendo aprovadas em vários países para uso emergencial.

No Brasil, foram aprovadas para uso emergencial as vacinas Oxford/AstraZeneca e Sinovac SARS-CoV-2 no último dia 17/01/2021, no entanto, existem potenciais preocupações em relação às recomendações de vacinas para populações específicas, como pacientes com doença inflamatória intestinal (DII).

Para responder a essas questões, o Grupo Brasileiro de Estudos IBD (GEDIIB) fornece conselhos práticos com recomendações importantes sobre as vacinas para COVID-19 na população com DII.

Aqui, você tem mais detalhes sobre a vacinação para SARS-CoV2 em pacientes com DII

 

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Dra. Marcella Sousa CRM-SP 148489

É coloproctologista e cirurgiã pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Possui título de especialista pela associação médica brasileira e pela sociedade brasileira de coloproctologia. Atua em São Paulo desde 2015 auxiliando pacientes da rede privada e do SUS nas diversas áreas da especialidade. Tem como objetivo em seus atendimentos, além da ciência e atualização, proporcionar um ambiente com muita tranquilidade, confiança e empatia durante as consultas.

Marcella Guilherme Carolino de Sousa - Doctoralia.com.br
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